sexta-feira, 11 de março de 2016

"Ervas Daninhas da Democracia em Portugal - Antiguidades fora de prazo" por Mário Gonçalves

  Os partidos do "poder" em Portugal, que nos (des)governam nesta altura, nomeadamente o (PS ) de António Costa, continuam reféns dos seus fundadores ou dos chamados "militantes históricos".
  Trata-se de uma multidão de personagens, que estiveram ou na origem do partido ou participaram num dado governo. Na sua quase totalidade nunca se destacaram por qualquer ideia mobilizadora para o país, nem protagonizaram qualquer iniciativa legislativa relevante. Afirmam-se publicamente como proprietários da memória fundacional dos respetivos partidos, mas também como garantes de pseudo-princípios ideológicos. Na prática procuram condicionar a ação dos líderes do momento e dessa forma a própria democracia em Portugal.
  A esmagadora maioria neste momento, não passam de figuras patéticas, ligadas a episódios caricatos na vida partidária promovidas à dimensão de "acontecimentos nacionais". A sua única preocupação visível é a de procurarem acima de tudo continuarem a ter algum protagonismo público, como por exemplo o (BE), e nos bastidores procurarem assegurar para os seus filhos, familiares e apaniguados privilégios no Estado (cargos = ordenados e reformas vitalícias).
  Desde o fim da ditadura, em 1974, por exemplo, conseguiram aprovar um conjunto de leis que lhes tem permitido andarem a acumular e a auferirem reformas (pensões) pelos vários cargos públicos que ocuparam. É comum em Portugal presidentes da República, primeiros-ministros, ministros, deputados ou autarcas, receberem várias reformas do Estado, para além de inúmeras mordomias. Estamos perante um verdadeiro roubo aos olhos do comum dos cidadãos, e que revela bem a qualidade de políticos que têm abundado na 3ª. República.
  Mário Soares. Considerado uma das figuras de referência da democracia portuguesa. É um exemplo acabado do melhor, mas também do pior que os líderes partidários podem ser. Ao logo dos anos é longa a lista de casos de apropriação de recursos públicos, de legalidade mais do que duvidosa, para seu próprio proveito, da sua família ou para beneficiar a corte dos seus amigos. A RTP (canal público), com o dinheiro dos contribuintes, tornou-se num vazadouro público da sua jactância política. Já para não falar do seu filho, que aprendeu com o Pai. E que bem aprendeu.
  Cavaco Silva. Alguns dos seus sucessores á frente do PSD foram por ele descredibilizados, em operações cirúrgicas na praça pública. Embora e tenha assumido por um homem de princípios éticos e de valores cívicos, os seus exemplos públicos, em nada o distingue de outros políticos cujo comportamento é uma afronta à maioria da população. Um simples exemplo: Em Junho de 2010, passou a circular uma petição em Portugal, para acabar com as escandalosas acumulações de reformas, estando no centro do debate o Presidente da República, em exercício, Cavaco Silva, que recebe três reformas além do ordenado de Presidente, tal como o anterior (Jorge Sampaio), que recebia uma reforma, além do vencimento presidencial.
  Nesta situação encontram-se muitos ex-ministros, deputados e autarcas, que continuam em funções públicas e privadas, a acumular salários e pensões de reforma, com injustifica do prejuízo para o sistema de segurança social e pela redução de postos de trabalho para os jovens.
  Melhores tempos virão? A ver vamos. Por agora só nos resta aguardar, mas nunca em silêncio. Vamos usufruir da liberdade que o 25 de Abril nos deu em 1974. Sempre que necessário.

Mário Gonçalves
                Presidente da Comissão Política e Concelhia do CDS-PP - Monforte - Distrito de Portalegre




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