Os partidos do
"poder" em Portugal, que nos (des)governam nesta altura, nomeadamente
o (PS ) de António Costa, continuam reféns dos seus fundadores ou dos chamados
"militantes históricos".
Trata-se de uma multidão de personagens, que estiveram ou
na origem do partido ou participaram num dado governo. Na sua quase totalidade
nunca se destacaram por qualquer ideia mobilizadora para o país, nem
protagonizaram qualquer iniciativa legislativa relevante. Afirmam-se
publicamente como proprietários da memória fundacional dos respetivos partidos,
mas também como garantes de pseudo-princípios ideológicos. Na prática procuram
condicionar a ação dos líderes do momento e dessa forma a própria democracia em
Portugal.
A esmagadora maioria
neste momento, não passam de figuras patéticas, ligadas a episódios caricatos
na vida partidária promovidas à dimensão de "acontecimentos
nacionais". A sua única preocupação visível é a de procurarem acima de
tudo continuarem a ter algum protagonismo público, como por exemplo o (BE), e
nos bastidores procurarem assegurar para os seus filhos, familiares e
apaniguados privilégios no Estado (cargos = ordenados e reformas vitalícias).
Desde o fim da
ditadura, em 1974, por exemplo, conseguiram aprovar um conjunto de leis que
lhes tem permitido andarem a acumular e a auferirem reformas (pensões) pelos
vários cargos públicos que ocuparam. É comum em Portugal presidentes da
República, primeiros-ministros, ministros, deputados ou autarcas, receberem
várias reformas do Estado, para além de inúmeras mordomias. Estamos perante um
verdadeiro roubo aos olhos do comum dos cidadãos, e que revela bem a qualidade
de políticos que têm abundado na 3ª. República.
Mário Soares. Considerado uma das figuras de referência da
democracia portuguesa. É um exemplo acabado do melhor, mas também do pior que
os líderes partidários podem ser. Ao logo dos anos é longa a lista de casos de
apropriação de recursos públicos, de legalidade mais do que duvidosa, para seu
próprio proveito, da sua família ou para beneficiar a corte dos seus amigos. A
RTP (canal público), com o dinheiro dos contribuintes, tornou-se num vazadouro público
da sua jactância política. Já para não falar do seu filho, que aprendeu com o
Pai. E que bem aprendeu.
Cavaco Silva. Alguns
dos seus sucessores á frente do PSD foram por ele descredibilizados, em
operações cirúrgicas na praça pública. Embora e tenha assumido por um homem de
princípios éticos e de valores cívicos, os seus exemplos públicos, em nada o
distingue de outros políticos cujo comportamento é uma afronta à maioria da
população. Um simples exemplo: Em Junho de 2010, passou a circular uma petição
em Portugal, para acabar com as escandalosas acumulações de reformas, estando
no centro do debate o Presidente da República, em exercício, Cavaco Silva, que
recebe três reformas além do ordenado de Presidente, tal como o anterior (Jorge
Sampaio), que recebia uma reforma, além do vencimento presidencial.
Nesta situação encontram-se muitos ex-ministros, deputados
e autarcas, que continuam em funções públicas e privadas, a acumular salários e
pensões de reforma, com injustifica do prejuízo para o sistema de segurança
social e pela redução de postos de trabalho para os jovens.
Melhores tempos
virão? A ver vamos. Por agora só nos resta aguardar, mas nunca em silêncio.
Vamos usufruir da liberdade que o 25 de Abril nos deu em 1974. Sempre que
necessário.
Mário Gonçalves
Presidente da Comissão Política e Concelhia do CDS-PP -
Monforte - Distrito de Portalegre
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