quinta-feira, 30 de julho de 2015

Vender o "peixe" de 2011...

A coligação Portugal à frente apresentou ontem ao país o seu programa eleitoral. De notar já, que o programa apresentado não deixa de ser interessante, na medida em que se compromete com metas que não conseguiram cumprir no último mandato. Ironias. Vejamos então este dito programa.
Todos nos lembramos certamente dos partido da coligação insistirem para que o Partido Socialista apresentasse o seu programa, de apontar que a coligação foi o ultimo a fazê-lo quando queria com tanta urgência o da oposição. Todos nós lembramos também, que a coligação acusava o PS de ter um programa baseado no irrealismo, baseado em muitos “sses”, que não tinha dados, as ditas contas que comprovassem a sua viabilidade. Não deixa de ser interessante que o programa da direita não inclua dados económicos e financeiros para sustentar as suas promessas.
                Um programa que se baseia em promessas e mais promessas, o Primeiro-ministro diz que o PS regressa ao passado, mas se bem me lembro quem em 2011 prometeu mundos e fundos foi Pedro Passos Coelho, afinal de contas quem volta ao passado? E mais, uma das frases desta coligação é “não é tempo de promessas”, pois bem já quebraram o seu lema porque este programa é só isso mesmo, promessas!
                Mas o mais interessante é que Passos Coelho e Paulo Portas, agora também ele embalado nesta corrente, tentam vender o mesmo “peixe” que Passos vendeu há 4 anos. Promessas falhadas, mentiras descaradas, que sabiam perfeitamente serem impossíveis de cumprir, e mesmo assim fizeram-nas. A direita prepara-se para repetir, prepara-se para repetir as mentiras e voltar a enganar os portugueses, não podemos cair outra vez neste jogo!
                O programa de governo do PSD/CDS-PP é um programa irrealista, não se baseia em dados para comprovar o que quer que seja, baseia-se nas promessas, baseia-se na mentira! Acusavam o PS de não apresentar os dados, mas quando questionaram o PS, a ditas 29 perguntas, sobre os dados económicos, ao qual o PS respondeu, por estranho, ou melhor por mal que lhes parecesse, os dados estavam lá, e o programa do PS era realista ao contrário deste.
                Não podemos cair na mesma conversa, não podemos voltar a acreditar em Passos e nas suas promessas, é preciso mudar. Porque só com a análise do programa já vimos que tudo o que exigia aos outros, não consegue ele próprio fazer… Como diz o povo, e bem, “bem prega Frei Tomás, faz o que ele diz, não faças o que ele faz”.

                Com a direita teremos o caminho do empobrecimento, da mentira, do irrealismo. É preciso uma alternativa de confiança! A 4 de outubro Portugal vai às urnas, o governo será julgado pelo que fez, não vale a pena camuflar os números porque eles são conhecidos, não vale a pena mentir porque já ninguém acredita. Dia 4 de outubro é preciso mudança, é preciso alternativa à direita ultra conservadora! Viva a democracia! 

terça-feira, 28 de julho de 2015

Candidatos à frente?

Os cabeças de lista da coligação Portugal à frente (PSD/CDS-PP) foi apresentada ao país. Os partidos falam em “renovação”, falam em “mudança”, será mesmo assim? Acho que não…
                Estes partidos colocaram nas suas listas a candidatos personalidades que já estavam nos cargos, ou já há muito nas máquinas partidárias. Aliás, existem inclusive cabeças de lista que são ministros no governo de Passos Coelho, como é que isto pode ser uma renovação? Para já não falar do grande incómodo que deve ser para os democratas cristãos não terem um único cabeça de lista…Claramente o PSD domina o CDS!

                Os portugueses pedem renovação na política, pedem uma renovação efetiva e não de fantochada… Portugal precisa de jovens na política, para que estes não se desinteressem por ela, porque afinal de contas, são o futuro de amanhã. Precisamos de caras novas, refrescar a política com novas ideias, novos paradigmas! Claramente isso não se encontra na coligação… Podemos então concluir que o voto na coligação será um crédito à continuação desta política de empobrecimento, de cortes e de destruição do país, já que os seus protagonistas são os mesmos. Portugal à frente? À frente em quê? 

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Legislativas 2015

A data das eleições legislativas foi anunciada à pouco pelo senhor Presidente da República, realizar-se-ão dia 4 de outubro. Estas eleições visão eleger a composição do parlamento nacional, ou seja, visão eleger os deputados da República, daqui sairá o novo governo de Portugal. É importante que daqui a 3 meses todos votemos, todos exerçamos este dever cívico e democrático, a abstenção não resolve nada, o voto sim, pode resolver o nosso futuro, o futuro do nosso país. Custou-nos muito conquistar a democracia, agora que a temos, não a podemos desperdiçar...

segunda-feira, 20 de julho de 2015

A realidade do desemprego

 O Primeiro-Ministro diz-nos que o país está melhor, que temos mais empregos, que o valor do desemprego está a diminuir. Pois bem, aqui fica um gráfico do IEFP e do INE para tirarmos os reais valores deste flagelo social. Porque o país não está melhor...

sábado, 18 de julho de 2015

Governo maioritário ou minoritário?

              A governabilidade de Portugal é um desafio a todos os níveis dado a situação em que o país se encontra. Para que exista estabilidade governativa é necessário que das próximas eleições saia um governo maioritário, caso contrário ter-se-à de encontrar compromissos que parecem muito difíceis de alcançar.
                A maioria PSD/CDS-PP pede uma maioria absoluta ao eleitorado para que continue as políticas que tem administrado no país, pois como dizem “a sua continuidade em funções é essencial à estabilidade do país”. Estes partidos coligaram-se efetivamente para obter eventualmente um resultado mais vantajoso, e até porque seria um erro politico concorrer em separado, mas essencialmente por motivos percentuais. Dizem que a coligação que têm é aquela, e é aquela que vai a votos, sendo assim podemos concluir que a direita não quer acordos com qualquer força partidária.
                O Partido Socialista pede igualmente a maioria absoluta, e neste momento parece ser aquele que está em melhor posição de a alcançar. Pede a maioria pela razão da estabilidade para administrar a política alternativa que propõem a votos, para garantir a alternativa de confiança às políticas do governo.
                Vejamos agora o cenário de uma não maioria absoluta para a coligação “Portugal à frente” ou para o PS. Para a coligação é claro que não quer acordos, quer continuar a politica que prossegue com os mesmos protagonistas, está excluída a hipótese de mais coligações. Do lado do Partido Socialista, António Costa diz que caso não tiver maioria, pretende consensos à esquerda. Mas o PCP e Bloco de Esquerda fazem um concurso para ver quem é mais “anti-PS” do que tentar encontrar pontos de consenso, não percebendo que só dão vantagem à direita... Com a coligação, está fora de questão.
                Podemos então concluir disto tudo que a situação das eleições legislativas pode ser um grande problema caso nenhum dos partidos políticos obtenha a dita maioria, porque parece ser impossível consensos para a formar. Portanto, é preciso efetivamente uma maioria absoluta, é preciso estabilidade no país. Não podemos ter um governo minoritário que esteja sempre com a corda na garganta para aprovar os orçamentos de Estado e reformas mais profundas. É essencial que saia das próximas eleições um resultado maioritário para um partido, para que tenhamos estabilidade, para que Portugal possa avançar! Daqui a 3 meses saberemos, por agora, a campanha está em marcha…


segunda-feira, 13 de julho de 2015

O acordo

                Depois de tantos dias de impasse, avanços e recuos, trocas de palavras e acusações, grandes tensões, eis que o acordo entre a Europa e a Grécia foi alcançado. Façamos uma análise dos factos e do acordo conseguido.
                Após o referendo, e de o povo grego ter dito que precisava de outro caminho à austeridade, o governo grego volta atrás. Se analisarmos bem as medidas propostas pelo governo de Tsipras, são medidas de austeridade mais duras do que aquelas antes exigidas, e mais, é tudo o que o Syriza disse que não faria. Aumentos no IVA, reformas antecipadas com novos limites e cortes nas pensões estão entre elas.
                A Grécia e o seu povo já não aguentavam mais as medidas de austeridade, confiou no governo grego, e ele enganou-o tomando estas medidas e tomando este acordo. É certo que o país precisa de financiamento urgente, mas há alternativas, há alternativa a esta Europa de responsabilidade (austeridade) desmedida. É verdade que havia uma grande pressão do lado dos parceiros europeus, mas é verdade que esses poderiam fazer diferente, poderiam ter cedido também.
                A Europa também não esteve bem, não foi só o governo grego. Quase que numa chantagem à Grécia, acenando com uma eventual saída do país da zona euro, fez com que a Grécia também ela acaba-se por ceder. Ambas as partes tiveram muito mal na gestão deste problema. A Grécia porque fez uma tática politica com o referendo, e afinal fez aquilo que os 61% disseram “não”. A Europa porque tem este espírito, este caminho de austeridade que só leva aos resultados que sabemos.

                A Grécia cedeu, a Europa continua o caminho que queria. Quem paga pelos erros infelizmente é o povo grego, é o povo grego que vai pagar todas estas medidas, todos estes dias de puro preconceito ideológico. A Europa até pode parecer que está unida com a aceitação deste acordo, o que é certo, é que os princípios base não estão a ser cumprindo: Fraternidade e Solidariedade. 

quinta-feira, 9 de julho de 2015

O Estado da Nação

                Ontem na Assembleia da República realizou-se mais um debate sobre o Estado da Nação, pondo este fim a esta legislatura. Foi um debate muito aceso, com grandes provocações, onde se viu claramente as diferenças que demarcam cada partido. Mas vejamos o estado desta Nação.
                A Nação está hoje a passar por momentos dificílimos, porque a Nação são os portugueses, e esses não conseguem viver neste país. Portugal soubemos que tem a taxa de emigração mais alta da União Europeia, 5 milhões de portugueses espalhados pelo mundo, porquê? Porque Portugal não lhes consegue oferecer um futuro. Portugal nos últimos anos destruiu 320 000 postos de trabalho, com uma taxa de 13% de desemprego, ao qual não podemos deixar de pensar naqueles que já não estão inscritos nos centros de emprego e os estágios não remunerados.
                Os portugueses que vivem no limiar da pobreza são muitos, e aqueles que estão em risco de pobreza são ainda mais, há hoje 580 mil crianças em risco de pobreza, as desigualdades acentuaram-se no país. Não podemos deixar de pensar que o nível de vida das famílias regrediu para níveis 1990.
                Portugal tem hoje uma divida de 130% do PIB, em 4 anos este executivo conseguiu aumenta-la 30%, mas dizem-nos que é sustentável… O investimento caiu de 35,2 mil milhões de euros, para 24,6 mil milhões. Sem investimento não há emprego, sem emprego não há poder de compra, sem poder de compra temos uma economia estagnada.
                O país foi exposto a enormes cortes nos últimos 4 anos, cortes na educação, cortes na saúde, que deixam estes sectores à beira de um colapso, se não fossem os profissionais trabalharem, e tentarem encontrar condições, acredito que estes sistemas estavam bem pior. Cortes nos subsídios sociais, que deixam assim o país desigual, deixam idosos à beira do desespero que não têm dinheiro para medicamentos! Cortes nos subsídios de desemprego, que deixa os desempregados desesperados e milhares de famílias sem comida.
                O governo diz-nos que o país está melhor, mas é mentira, mais uma mentira de Pedro Passos Coelho, que aliás passa a vida a proferi-las. Portugal não está melhor, esta Nação não está bem, os portugueses estão desesperados com esta política de cortes cegos, os portugueses precisam de uma mudança. Essa mudança poderá vir em Outubro, poderá ser efetivamente realizada se em Outubro votar, para mudarmos o rumo desta Nação frágil.

                Recuperando o debate de ontem, um deputado do Partido Social Democrata (PSD) disse-nos que “precisamos de um bom governo”, para termos este bom governo é preciso eleger outro, é preciso deixarmos de ter um governo que nos mente todos os dias, é preciso eleger uma alternativa de confiança! Viva Portugal! 

terça-feira, 7 de julho de 2015

Com uma profunda tristeza...

Maria Barroso deixou-nos hoje às primeiras horas do dia. É com um profundo sentido de pesar e com uma enorme tristeza que escrevo estas palavras. Uma mulher com uma força e uma capacidade extraordinária, o Lápis da Verdade não poderia deixar de a referir neste dia tão triste.    
                A ex Primeira-Dama, deixou-nos hoje, mas deixou-nos um grande legado. Uma mulher que lutou sempre por nobres causas, que lutou sempre por aquilo em que acreditou. Uma senhora cheia de força, que nem com o exílio do marido caiu. Resistiu à ditadura, reforçando sempre a sua ambição num Portugal democrático, candidata a deputada pela oposição democrática em 1969, fundou o Partido Socialista, sendo ela a militante nº6. Foi deputada por 4 legislaturas depois de Portugal se livrar das amarras do Estado Novo. Primeira-dama durante 10 anos, presidente da Cruz Vermelha Portuguesa, fundadora da fundação Pro Dignitate.
                Foi ainda professora e diretora do reconhecido Colégio Moderno em Lisboa durante um longo período de tempo. Foi sem dúvida uma vida de conquistas, uma vida de lutas e causas públicas.  Hoje vemo-la partir, deixa um enorme sentimento de perda, de luto e de tristeza, mas temos a certeza que a sua vida foi importante para Portugal e para os portugueses.

                Os mais profundos e sinceros sentimentos a toda a família enlutada, e a todos aqueles que admiravam o trabalho desta nobre senhora. Hoje foi um dia triste para Portugal, nunca esqueceremos a forma doce de Maria Barroso ao falar, a sua enorme lucidez, os seus 90 anos de vida em prol dos outros. Até sempre Drª Maria Barroso, Portugal não a esquecerá…

segunda-feira, 6 de julho de 2015

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Os 7 pecados

                António Costa, Secretário- Geral do Partido Socialista, fez uma análise da última governação, que termina em Outubro, chegou então há conclusão de que existiram 7 “pecados” capitais da direita. Façamos também a análise desses mesmos pecados.
                Primeiro as mentiras do senhor Primeiro Ministro aquando da campanha eleitoral de 2011, foram promessas que não poderiam ser cumpridas, mas o pior é que se prometeu, e se fez precisamente o contrário. Era as promessas de não haver cortes nas pensões e salários, nada de aumento de impostos, e depois foi que se viu durante este 4 anos. E devemos estar atentos, pois parece que a técnica vai ser a mesma em Outubro de 2015. Por segundo, o profundo desinvestimento na criação de emprego, e pior a criação de uma enorme taxa de desemprego em Portugal, que leva a desigualdades enormes no nosso país. Para já não falar da emigração que levou milhares de pessoas a abandonar as suas terras, e não, não é um mito urbano.
                António Costa afirmou ainda que a asfixia da classe media foi outro dos pecados da direita, que leva também a enormes desigualdades, e principalmente o elevado número de pobres e em risco de pobreza. Portugal é hoje um país desigual, com mais desemprego, com mais pobreza, com menos rendimentos, podemos agradecer isto tudo ao PSD e ao CDS-PP.
                O líder socialista fala ainda do grande desinvestimento em relação à ciência, cultura e educação. O desinvestimento na educação é o desinvestimento no futuro de Portugal, a escola pública está hoje a sofrer carências a todos os níveis, está em decadência e num grande risco. Professores, que são efetivamente aqueles que formam os futuros senhores deste país, a maior parte fica em casa porque não tem colocação, outros têm trabalho precário, enorme número de alunos por turma, enorme carga horária, cortes nos salários, e o ministério diz que está tudo bem e normal.
                 O ataque aos serviços públicos, nomeadamente o encerramento de tribunais, finanças e outros serviços. Bem sabemos que não podemos ter uma repartição de finanças à porta de cada pessoa, mas no interior, por exemplo, zona de grande desertificação, fecha-se os serviços levando ainda a uma maior desertificação…O governo faz precisamente o contrário daquilo que deveria fazer. Por fim, é ainda apontado a falta de investimento público e privado, a falta de incentivo por parte do Estado em desenvolver o setor público para que haja desenvolvimento do país, para que haja emprego, para que se suprima as desigualdades, para que se aumente os rendimentos.

                 Esta maioria teve pecados a mais, e não há confissão e absolvição que perdoe o que tem feito aos cidadãos de Portugal, precisamos de uma alternativa de confiança, uma alternativa a esta austeridade desmedida, a este preconceito ideológico que este governo parece ter, e querer encetar a todo o custo!