Depois
de tantos dias de impasse, avanços e recuos, trocas de palavras e acusações,
grandes tensões, eis que o acordo entre a Europa e a Grécia foi alcançado.
Façamos uma análise dos factos e do acordo conseguido.
Após o
referendo, e de o povo grego ter dito que precisava de outro caminho à austeridade,
o governo grego volta atrás. Se analisarmos bem as medidas propostas pelo
governo de Tsipras, são medidas de austeridade mais duras do que aquelas antes
exigidas, e mais, é tudo o que o Syriza disse que não faria. Aumentos no IVA,
reformas antecipadas com novos limites e cortes nas pensões estão entre elas.
A Grécia
e o seu povo já não aguentavam mais as medidas de austeridade, confiou no
governo grego, e ele enganou-o tomando estas medidas e tomando este acordo. É
certo que o país precisa de financiamento urgente, mas há alternativas, há
alternativa a esta Europa de responsabilidade (austeridade) desmedida. É verdade que havia
uma grande pressão do lado dos parceiros europeus, mas é verdade que esses poderiam
fazer diferente, poderiam ter cedido também.
A
Europa também não esteve bem, não foi só o governo grego. Quase que numa chantagem
à Grécia, acenando com uma eventual saída do país da zona euro, fez com que a
Grécia também ela acaba-se por ceder. Ambas as partes tiveram muito mal na
gestão deste problema. A Grécia porque fez uma tática politica com o referendo,
e afinal fez aquilo que os 61% disseram “não”. A Europa porque tem este
espírito, este caminho de austeridade que só leva aos resultados que sabemos.
A
Grécia cedeu, a Europa continua o caminho que queria. Quem paga pelos erros
infelizmente é o povo grego, é o povo grego que vai pagar todas estas medidas,
todos estes dias de puro preconceito ideológico. A Europa até pode parecer que
está unida com a aceitação deste acordo, o que é certo, é que os princípios base
não estão a ser cumprindo: Fraternidade e Solidariedade.
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