Quando fui convidado a escrever
para o Lápis da Verdade, em
representação da coligação Portugal à Frente (PSD/CDS-PP), surgiu em mim a
questão: e agora? Sinceramente, não sabia o que fazer. Devo afirmar que fiquei
algo desiludido, em certa medida, com os últimos quatro anos de governação.
Porém, achei por bem aceitar este convite. Apresento-vos agora uma reflexão,
escrita por um jovem patriota de 18 anos, filiado desde os 14 na Juventude
Popular mas que sempre soube ver a realidade de forma imparcial.
O país que temos hoje é
manifestamente diferente daquele que existia há quatro anos atrás. Vamos por
partes. O governo da Coligação PSD/CDS-PP herdou um país falido, que se curvava
perante a conhecida troika para poder
receber dinheiro para sobreviver a curto prazo. Há muito que se tenta incutir
uma ideia totalmente errada acerca daquilo que foi o desastre da governação
socialista de José Sócrates. Segundo esta ideia existira crescimento económico
e o país desenvolvia-se de forma admirável até ao momento em que rebentou a
crise internacional de 2008, com o colapso do Lehman Brothers. Nada mais errado. Vamos a factos? Entre 2005 e
2008 Portugal cresceu a uma taxa média de 1,2%, a dívida pública aumentou de 93,5
mil milhões de euros em 2005 para 146,6 mil milhões em 2007. Foi o governo PS
de José Sócrates e António Costa (sim, era o “número dois” de Sócrates) que
corrompeu totalmente a utilidade de um recurso utilizado pelos governos – as
Parcerias Público-Privadas (PPP), às quais se deve recorrer de forma bastante
pontual – e tornou-o numa aberração económica que as gerações vindouras ainda
estarão a pagar.
A crise internacional de 2008,
aliada aos crónicos problemas da economia portuguesa – agravados pela
catástrofe ocorrida no consulado de Sócrates - fez ruir completamente as
finanças do Estado Português. O vexame nacional culmina no pedido de ajuda
externa – Portugal ajoelhava-se perante a troika
e a independência nacional não passava agora de um mero conceito que não se
verificava na prática. Foi debaixo deste clima que o Governo liderado por Pedro
Passos Coelho tomou posse.
A evolução inegavelmente positiva
que se verificou na saúde económica do país deveu-se ao esforço dos portugueses
como um todo, um esforço que foi apenas coordenado pelo Executivo de Pedro
Passos Coelho e Paulo Portas mas o mérito será sempre de todos os contribuintes.
Se é verdade que nos dois primeiros anos da legislatura não houve, por vezes,
um rumo bem definido, também é verdade que nos últimos dois anos a sociedade
portuguesa começou a mudar gradualmente… Para melhor.
Actualmente, temos as contas em
ordem. Regista-se crescimento económico sustentado – crescimento económico real, não apoiado em programas de obras
públicas megalómanas – o consumo está a aumentar, o desemprego está a descer,
os juros da dívida estão em níveis muito bons – ainda recentemente se
verificaram juros negativos… As exportações superaram as importações, Portugal
sobe nos rankings de competitividade. Se isto não é bom, o que será?
No entanto, não vamos fechar os
olhos aos erros cometidos. A Reforma do Estado foi uma anedota. Sim, uma
anedota. O Estado continua a ser “paizinho”, continuam a existir institutos e
fundações para tudo e mais alguma coisa. Os impostos atingiram um nível tão
alto que às vezes perguntava a mim próprio: mas este governo é mesmo de
Direita? As privatizações têm de continuar, uma economia livre é uma economia
saudavelmente competitiva. Não houve coragem política para mais. As famílias
sofreram, e estão a sofrer, com as medidas de austeridade. Portugal continua
dependente de Bruxelas. Ainda assim, é legítimo interrogar: havia outro
caminho? Talvez não. O caminho seguido foi duro e houve alguns erros que não
podem ser apagados, mas não é com devaneios à
lá Syriza, que António Costa tanto admirou, que se criavam condições para a
mudança necessária. Sim, a “medicação” foi forte, mas era indispensável para
que o “doente” sobrevivesse.
As eleições legislativas serão um
momento decisivo na história contemporânea do nosso país. O programa político
da Coligação está à vista de todos. Acredito que se aprendeu com os erros
cometidos no início da legislatura e que, vencendo no dia 4 de Outubro, o país manterá, certamente, o rumo
positivo que está a ser tomado. Portugal à Frente merece governar em clima de
serenidade, de crescimento económico e até de possível prosperidade. A ideia de
baixar impostos não pode ficar de parte quando falamos de partidos que se
posicionam à Direita no espectro político. Ainda assim, o realismo é palavra
que impera na campanha da Coligação.
Na minha opinião, os portugueses
começam a mudar o paradigma na hora de votar e é por essa razão que acho ser
possível a vitória no dia 4 de Outubro. As pessoas estão fartas de
irresponsabilidade, de promessas megalómanas e inexequíveis. A realidade está à
vista de todos, só não vê quem não quer… De um lado temos a utopia de toda a
Esquerda e Centro-esquerda portuguesa, do outro temos o realismo do
Centro-direita que, não tendo sido brilhante, de forma alguma, nos últimos
quatro anos, conhece os problemas do país e teve o mérito incrível de estar a
reerguer lentamente um país arruinado pela loucura socialista. Afinal, o
socialismo termina quando acaba o dinheiro dos outros, isto é, dos
contribuintes. Foi isso que se verificou em 2005-2011 e é isso que não pode
voltar a acontecer em 2015.
Termino enviando um enorme abraço
ao grande João Borralho. Que continue a defender os seus pontos de vista de
forma correcta, democrática e imparcial. Precisamos de homens bons, em todos os
partidos, e o João é um deles.
Mamede Manuel Broa Fernandes
Vice-Presidente da Concelhia
da JP Borba e Conselheiro Nacional da Juventude Popular
Estudante de Aeronautics and Astronautics em University of Southampton