domingo, 23 de agosto de 2015

"Portugal à Frente" por Mamede Fernandes

     Quando fui convidado a escrever para o Lápis da Verdade, em representação da coligação Portugal à Frente (PSD/CDS-PP), surgiu em mim a questão: e agora? Sinceramente, não sabia o que fazer. Devo afirmar que fiquei algo desiludido, em certa medida, com os últimos quatro anos de governação. Porém, achei por bem aceitar este convite. Apresento-vos agora uma reflexão, escrita por um jovem patriota de 18 anos, filiado desde os 14 na Juventude Popular mas que sempre soube ver a realidade de forma imparcial.
      O país que temos hoje é manifestamente diferente daquele que existia há quatro anos atrás. Vamos por partes. O governo da Coligação PSD/CDS-PP herdou um país falido, que se curvava perante a conhecida troika para poder receber dinheiro para sobreviver a curto prazo. Há muito que se tenta incutir uma ideia totalmente errada acerca daquilo que foi o desastre da governação socialista de José Sócrates. Segundo esta ideia existira crescimento económico e o país desenvolvia-se de forma admirável até ao momento em que rebentou a crise internacional de 2008, com o colapso do Lehman Brothers. Nada mais errado. Vamos a factos? Entre 2005 e 2008 Portugal cresceu a uma taxa média de 1,2%, a dívida pública aumentou de 93,5 mil milhões de euros em 2005 para 146,6 mil milhões em 2007. Foi o governo PS de José Sócrates e António Costa (sim, era o “número dois” de Sócrates) que corrompeu totalmente a utilidade de um recurso utilizado pelos governos – as Parcerias Público-Privadas (PPP), às quais se deve recorrer de forma bastante pontual – e tornou-o numa aberração económica que as gerações vindouras ainda estarão a pagar.
      A crise internacional de 2008, aliada aos crónicos problemas da economia portuguesa – agravados pela catástrofe ocorrida no consulado de Sócrates - fez ruir completamente as finanças do Estado Português. O vexame nacional culmina no pedido de ajuda externa – Portugal ajoelhava-se perante a troika e a independência nacional não passava agora de um mero conceito que não se verificava na prática. Foi debaixo deste clima que o Governo liderado por Pedro Passos Coelho tomou posse.
       A evolução inegavelmente positiva que se verificou na saúde económica do país deveu-se ao esforço dos portugueses como um todo, um esforço que foi apenas coordenado pelo Executivo de Pedro Passos Coelho e Paulo Portas mas o mérito será sempre de todos os contribuintes. Se é verdade que nos dois primeiros anos da legislatura não houve, por vezes, um rumo bem definido, também é verdade que nos últimos dois anos a sociedade portuguesa começou a mudar gradualmente… Para melhor.
     Actualmente, temos as contas em ordem. Regista-se crescimento económico sustentado – crescimento económico real, não apoiado em programas de obras públicas megalómanas – o consumo está a aumentar, o desemprego está a descer, os juros da dívida estão em níveis muito bons – ainda recentemente se verificaram juros negativos… As exportações superaram as importações, Portugal sobe nos rankings de competitividade. Se isto não é bom, o que será?
      No entanto, não vamos fechar os olhos aos erros cometidos. A Reforma do Estado foi uma anedota. Sim, uma anedota. O Estado continua a ser “paizinho”, continuam a existir institutos e fundações para tudo e mais alguma coisa. Os impostos atingiram um nível tão alto que às vezes perguntava a mim próprio: mas este governo é mesmo de Direita? As privatizações têm de continuar, uma economia livre é uma economia saudavelmente competitiva. Não houve coragem política para mais. As famílias sofreram, e estão a sofrer, com as medidas de austeridade. Portugal continua dependente de Bruxelas. Ainda assim, é legítimo interrogar: havia outro caminho? Talvez não. O caminho seguido foi duro e houve alguns erros que não podem ser apagados, mas não é com devaneios à lá Syriza, que António Costa tanto admirou, que se criavam condições para a mudança necessária. Sim, a “medicação” foi forte, mas era indispensável para que o “doente” sobrevivesse.
        As eleições legislativas serão um momento decisivo na história contemporânea do nosso país. O programa político da Coligação está à vista de todos. Acredito que se aprendeu com os erros cometidos no início da legislatura e que, vencendo no dia 4 de Outubro, o país manterá, certamente, o rumo positivo que está a ser tomado. Portugal à Frente merece governar em clima de serenidade, de crescimento económico e até de possível prosperidade. A ideia de baixar impostos não pode ficar de parte quando falamos de partidos que se posicionam à Direita no espectro político. Ainda assim, o realismo é palavra que impera na campanha da Coligação.
       Na minha opinião, os portugueses começam a mudar o paradigma na hora de votar e é por essa razão que acho ser possível a vitória no dia 4 de Outubro. As pessoas estão fartas de irresponsabilidade, de promessas megalómanas e inexequíveis. A realidade está à vista de todos, só não vê quem não quer… De um lado temos a utopia de toda a Esquerda e Centro-esquerda portuguesa, do outro temos o realismo do Centro-direita que, não tendo sido brilhante, de forma alguma, nos últimos quatro anos, conhece os problemas do país e teve o mérito incrível de estar a reerguer lentamente um país arruinado pela loucura socialista. Afinal, o socialismo termina quando acaba o dinheiro dos outros, isto é, dos contribuintes. Foi isso que se verificou em 2005-2011 e é isso que não pode voltar a acontecer em 2015.
       Termino enviando um enorme abraço ao grande João Borralho. Que continue a defender os seus pontos de vista de forma correcta, democrática e imparcial. Precisamos de homens bons, em todos os partidos, e o João é um deles.
Mamede Manuel Broa Fernandes
Vice-Presidente da Concelhia da JP Borba e Conselheiro Nacional da Juventude Popular

Estudante de Aeronautics and Astronautics em University of Southampton


Sem comentários:

Enviar um comentário