16 de Março, o dia em que finalmente Portugal tem um Orçamento
aprovado, coisa que deveria ter ocorrido há mais de 4 meses. Um orçamento que
demorou a chegar, mas que mais valia não ter chegado. Mas tal como mais vale
ser Primeiro-ministro por uns tempos, do que líder da oposição toda a vida,
também no orçamento se aplica o mesmo principio a António Costa, mais vale um
orçamento mau, do que coisa nenhuma.
O Orçamento de Estado para 2016, foi aprovado pela
geringonça, (PCP, BE, PEV e PS), tendo tido os votos contra do PSD e do CDS-PP.
Um Orçamento do regresso ao passado, de retrocessos, de cometer os mesmos erros
levando às mesmas consequências. Este é o Orçamento do esbanjamento. O PS, coagido
pela extrema-esquerda, aceitou tudo, tudo sem excepção do que esses exigiam. Um
PS, que não pode dizer que este é o “seu orçamento”, porque o seu Orçamento não
seria este, se tivesse seguido o seu programa eleitoral. Mas o poder falou mais
alto, e o receio de uma queda vertiginosa, é sempre assustadora.
Um Orçamento que promete virar a página da austeridade, que
é mentira como já se demonstrou em inúmeros pontos, um orçamento da reposição,
da reversão dizem os novos salvadores da Pátria. Na verdade repõe, e nisso não ao
mal algum, o problema é quando se repõe à disparatada, repõe-se tudo e mais
alguma coisa para satisfação dos supostos parceiros, dá-se mundos e fundos sem
o ter, e depois, no futuro, os portugueses que paguem. Mas, vejamos, este
Orçamento intitulado pela geringonça e pelos geringonços, de orçamento do virar
a página da austeridade, é uma fantasia e ilusão. Este documento não aumenta os
impostos directos, mas os impostos indirectos aumentam, e não é pouco. E porquê?
Por puro capricho! Os partidos da esquerda querem repor tudo de uma vez, e para
compensar é necessário aumentar os impostos indirectos, ainda assim com esse
aumento, o buraco não fica tapado, imaginemos o tamanho do gasto… Se a esquerda,
fosse moderada, fosse responsável e patriótica como regularmente se auto
apelida, certamente que devolveria os cortes anteriormente aplicados de forma
faseada, não necessitaria de aumento de impostos, se a tudo isto fosse alienado
com uma política orçamental responsável.
O mais estranho é o seguinte. Os partidos da extrema-esquerda
(PCP, BE e PEV), querem o fim da austeridade, mas depois aprovam um orçamento
que aumenta brutalmente os impostos indirectos. O PS, que apregoava em campanha
eleitoral que devolveria tudo de forma faseada e responsável, agora dá tudo de
uma vez para que os seus “best friends for ever” o mantenha no poder… Acho que
podemos concluir que este é o Orçamento de ninguém. Aprovaram-no, mas não é
aprovado de melhor gosto.
Depois, a esquerda apressou-se a esconder os seus desvios, e
atirou com pedradas aos telhados do PSD e do CDS, dizendo que chumbaram
propostas que dignificavam os cidadãos. Ora, eu prefiro que a dignidade seja
reposta aos poucos, do que de uma vez, para depois me a tirarem toda de novo! Quem
será então o irresponsável? Aquele que dá tudo o que não tem? Ou aquele que
vota de acordo com o que defendeu sempre?
Termino como comecei, para a esquerda, mais vale um orçamento
mau, do que coisa nenhuma. Para mim e para os portugueses, mais-valia um
orçamento bom, do que este que mais parece uma manta de retalhos da feira
popular. Oxalá, tudo dê certo, porque se não der, todos sabemos quem vai ser
chamado a contas…
João Borralho
Criador do Lápis da verdade
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