Uma situação delicada, a Grécia.
As últimas informações que nos chegam é de existe um enorme impasse entre o
país em causa e as restantes instituições e credores. Uma situação que agrava
as relações europeias, e expõem fragilidades que possam existir na zona euro.
Mas vamos aos factos. A Grécia
está numa situação de quase incumprimento, se não está mesmo… Existe claramente
um certo descontentamento por parte dos credores e instituições europeias por
questões de politica interna do país, de um lado temos alguém que quer fazer
diferente (melhor ou pior), e do outro alguém que quer seguir a mesma politica
(também ela, não sei se melhor ou pior). O que é certo, é que estamos numa
situação em que a zona euro está sobre grande “stress” para tentar resolver o
problema, mas parece-me que todos querem impor as suas medidas sem cedências de
ambas as partes…
Vejamos, o governo Grego
apresentou aos credores e ao Euro grupo um conjunto de medidas, que na sua base
são medidas de austeridade, estas tinham de perfazer um valor que os credores
exigiam que fosse cumprido, como não chega na sua totalidade, rejeitam… O Euro
grupo apresenta medidas, também elas de austeridade, o governo Grego acha
demais, pois bem, também não aceita. Mas não poderá haver aqui cedências de
ambas as partes? Não se poderá construir pontes de consenso e tentar resolver
esta situação perigosíssima para o povo grego?
Isto tudo faz levar-me a construir
esta ideia, estes impasses, recuos e avanços têm todo um propósito: politico.
Todos sabemos que a Europa não vê com bons olhos um partido de extrema-esquerda
no poder, e todos sabemos que esse partido não vê com bons olhos as políticas
ultimamente aplicadas. O problema aqui prende-se pelo seguinte: o governo grego
quer demonstrar ao Europa que é possível fazer diferente, acabar com esta
austeridade, e mostrar assim que há outro caminho, há alternativa (que verdade
seja dita: há). Por outro lado os parceiros europeus querem mostrar que este é
o caminho para resolver os problemas, e é assim que se deve manter, querem
demonstrar aos povos europeus que o caminho da direita é o certo, através da
queda da Grécia, permitindo assim as suas reeleições.
O problema aqui é político, o
problema é as diferenças políticas muito grandes que existem, que cavam um
fosso entre este país e a restante zona euro. Sim existe alternativa, sim não
se pode mudar de um dia para noite, mas isto é que não pode acontecer, porque
corre o risco de contagiar economicamente outros países, e levar a Grécia a uma
situação insustentável a todos os níveis. Como se costuma dizer, e aplica-se de
alguma forma neste contexto, “em casa que não há pão, todos ralham e ninguém
tem razão”.
É preciso deixar as divergências
de lado, sentar e conversar, chegar a pontos de consenso, mas aqui ambos têm de
ceder, tanto o governo grego, como os credores. Porque o que está em causa é o
futuro da Grécia e mais propriamente o futuro dos cidadãos gregos. Espero que
se chegue a acordo, e tenho esperança que sim, porque a Europa sempre foi um
continente solidário. Aguardemos.
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