As máscaras começam a cair. Os avanços nas negociações para
a formação de governo têm sido feitos pelo PS tanto à esquerda, como à direita,
a fim de dar uma maioria estável ao país.
A aproximação com a esquerda parece evidente. O PCP mostrou
total disponibilidade para viabilizar um governo socialista, e parece ser
evidente esta intenção, visto que começaram reuniões mais “técnicas” entre os
dois partidos, a fim de aprofundar a convergência. O PEV (os chamados “verdes”),
também deram sinais de abertura com o PS, mas isto já era evidente, o seu “paizinho”
(leia-se PCP), já tinha aceitado, logo eles também o tinham de aceitar.
Recordando uma frase do líder da anterior governação socialista, os verdes, são
“verdes por fora, vermelhos por dentro”.
O Bloco de Esquerda de Catarina Martins, também reuni-o com
o PS, e mostrou abertura para discutir uma eventual solução governativa à
esquerda. Igualmente neste caso, iniciou-se reuniões técnicas para acertar as
agulhas, a fim de finalmente tentar cozer esta malha. A aproximação do Partido
Socialista com a esquerda é inevitavelmente um momento histórico, mais até com
o PCP, dadas as divergências desde o PREC. É o momento em que PCP e BE parecem
finalmente querer deixar de ser meramente partidos de protesto, e passar a ser,
solução para os problemas dos portugueses.
À direita, o caso está mais complicado, pelo menos para o
lado do PSD e CDS. Costa, Passos e Portas, reuniram por 2 vezes as suas equipas,
a fim de se poder encontrar forma de o PS suportar o governo minoritário da
coligação. Não deu em nada. Passos disse hoje que não seria “refém desta
situação politica”, e por isso não tenciona ter mais reuniões com os
socialistas, e mais, diz que o Presidente da Republica deve indigitá-lo a
formar governo. Pedro Passos Coelho ainda não percebeu que quem precisa de
estabilidade é mesmo o governo dele. É que ele ganhou sem maioria, se não tem o
apoio das restantes forças partidárias, o seu governo cairá em menos de uma
sessão parlamentar.
Os partidos da maioria ainda não perceberam que são eles que
precisam de ajuda para governar e não o contrário! Acho que ainda não pensaram
que o BE, prometeu apresentar uma moção de rejeição, ao qual vota favoravelmente,
e, o PCP e verdes também. Se o PS votar a favor, meus amigos, não chegam a
aquecer a cadeira, porque o governo é derrubado naquele momento. Para já não falar
do Orçamento de Estado para 2016…
A situação está crítica. A coligação não cede ao PS, o PS
negoceia com a esquerda uma alternativa a este governo, o Presidente da
Republica, que já deve de estar a pensar nas memórias que escreverá, assiste a
isto tudo impávido e sereno. É preciso uma política de compromisso para dar a
estabilidade ao país, hoje, fica evidente, que se Cavaco cede a Passos e o
encarrega de gerar governo, a estabilidade que tanto apregoa, dura até às
primeiras sessões parlamentares. Aguardemos o desenrolar da situação politica,
e aguardemos igualmente que Cavaco acorde neste último momento do mandato…
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