De uma vez por todas está a pôr-se fim ao PREC. O Partido
Socialista aproximou-se dos comunistas, dizendo que existe pontos de convergência
a aprofundar, desde o pós revolução que se vivia um certo clima hostil entre
estes partido, parece que agora é que é, a esquerda finalmente vai criar
consensos para o melhor de Portugal.
Depois de reunidos, os dois partidos disseram que existe
grandes pontos em que se terá de aprofundar as convergências a virem a ser
realizadas. Julgo que dos cenários que poderão vir a ser adotados, este parece,
até agora, o que está a dar mais “frutos”, uma convergência de esquerda que
vise dar ao país uma maioria estável. É certo que será bastante complicado,
aliás como já o tinha referido, ainda falta a reunião com o Bloco de Esquerda e
certamente muito acerto de agulhas até o processo estar concluído, isto a ser concluído.
Hoje ficámos a saber, depois da reunião entre a coligação
PSD/CDS-PP e o PS, que foi uma reunião “bastante inconclusiva”. As divergências
entre o PS e a direita portuguesa parecem ser bastante grandes para um
entendimento, este cenário é igualmente complicado, e já estamos a ver que o é.
Contudo, na próxima terça-feira, reunirão de novo para tentar aprofundar as
suas divergências e consensos.
A situação está nas mãos do Partido Socialista, será o PS a
decidir o que vai ser o futuro de Portugal. A meu ver, neste momento, a
coligação entre esquerdas parece mais evidente, ainda que faltando a reunião
com o Bloco de Esquerda, pelo menos com o PCP a questão está avançada, e parece
haver o mínimo de consenso em viabilizar um governo de esquerda. Depois das
reuniões ficamos com outra perspectiva do problema: parecia impossível, antes
destas reuniões, uma coligação de esquerdas, e parecia mais evidente a
viabilização da coligação como governo, mas com as condições do PS. Afinal, não
é bem assim…
A esquerda está a começar a unir-se, as convergências com o
Partido Comunista são bastante importantes para formar uma alternativa a esta política,
e dar a estabilidade ao país, tão necessária. O PREC está a enterrar-se, 40
anos depois, a esquerda quer unir-se, quer rejeitar o arco da governação, quer
fazer o melhor pelo país pondo de lado aquilo que os separava há tanto tempo.
Aguardemos serenamente o desenrolar destas negociações, e esperemos com
serenidade a decisão dos partidos políticos.
Viva Portugal!
Debate entre Mário Soares e Álvaro Cunhal, em Novembro de 1975 |
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