quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Quatro dias depois

E chegou ao fim mais um ciclo de eleições em Portugal, primeiro as legislativas em outubro de 2015, e agora as presidenciais, do último domingo. E é nesta última que me vou focar. Marcelo Rebelo de Sousa foi eleito Presidente da República à primeira volta com 52% dos votos em urna.
Marcelo é o inequívoco vencedor destas eleições, e digo ate que ganhou estas eleições de uma forma nunca antes ganha, quase sem campanha, sem cartazes, sem grandes comícios, muito discreta mas presente, isto por uma única razão: Marcelo sabia que já tinha conquistado os portugueses com a exposição mediática que tinha com o seu comentário semanal. O blog dá os seus cumprimentos democráticos ao novo Presidente eleito, desejando-lhe um bom mandato.
Vejamos então os grandes derrotados da noite: Sampaio da Nóvoa, Maria de Belém e Edgar Silva. Sampaio da Nóvoa, o candidato que dizia ser o “cidadão”, o não senhor da “política”, afinal não lhe valeu de grande coisa essa retórica, um candidato que não se dizia da política, mas que entrou com populismos e discursos baratos de uma forma alucinante nesta campanha, parecendo um politico ao estilo dos extremos do espetro politico, e não tendo um único discurso onde apontasse de forma clara ao que vinha, enrolava, enrolava, enrolava…. Foi um candidato que apareceu do nada, que ninguém conhecia, todos sabem que as pessoas tendem a votar em quem conhecem e por isso se deve explicar esta derrota alienada a uma colagem excessiva do candidato a este governo de esquerda. Julgo ter tido mais percentagem, ou ter alcançado tal resultado, por ser o candidato que mesmo contra a decisão do partido se tornou quase que o “oficial” ou bem perto disso.
Maria de Belém, a quarta candidata mais votada da noite. É óbvio que teve uma grande queda, uma queda justificada pelo falso caso das subvenções, que por ter sido um assunto puxado demasiado próximo da data, era impossível a candidata reverter a situação. Mas também se deve a este resultado, à forma como foi tratada pelo seu partido, não foi apoiada por ele, sendo militante há mais de 40 anos, e o eleitorado não perdoa… Ainda assim é de felicitar a candidata por algumas razões, foi uma candidata que disse bem o que queria, ao que vinha, e sobretudo não vacilou na sua linha de pensamento, não cedendo a populismo ou demagogia, mesmo quando sabia que a sua eleição tinha ido por água abaixo, por isso merece uma saudação.
Por fim Edgar Silva, o candidato do PCP, que sofreu uma pesadíssima derrota, enquanto a candidata do Bloco de Esquerda conseguiu um ótimo resultado, merecendo também uma palavra de apresso. É óbvio que o PCP está em crise, e a prova foi a votação deste candidato, e que o Bloco de esquerda poderá estar a roubar eleitorado aos comunistas, mas também aos socialistas. Se o PCP tivesse este resultado numas legislativas, poderíamos estar a falar mesmo do seu quase desaparecimento, em benefício do Bloco que tenta a todo o custo esmagar o PCP, a fim de conseguir eleitorado depois do PS. A típica guerra das esquerdas.
Temos um novo Presidente eleito, numas eleições que decorreram de forma muito pacífica e normal, e temos Cavaco Silva de saída do Palácio de Belém. Não quero entrar em discursos críticos do “já vai tarde”, “ainda bem”, julgo que neste momento é de felicitar Cavaco Silva, pelos 10 anos que disponibilizou da sua vida ao serviço de Portugal, dos portugueses e da República, enquanto seu Presidente. Concordar ou não concorda com muitas das suas decisões, isso é outro caso… Ainda de salientar, e de fazer especial agradecimento a Marcelo Rebelo de Sousa por disponibilizar o seu tempo ao serviço da Pátria durante os próximo 5 anos, e ainda os restantes candidatos, pelo contributo que deram à democracia portuguesa.

Viva Portugal!




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