segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

O resultado (in)esperado

E o primeiro teste partidário em França após os atentados ocorridos em Paris, aconteceu ontem, na primeira volta das eleições regionais. Os resultados são surpreendentes, a Frente Nacional de Marine Le Pen ganha 6 das 13 regiões, a extrema-direita ganha assim este primeiro teste.
O discurso deste partido assenta que nem uma luva no pensamento que paira na cabeça dos franceses após os atentados, o discurso quase que ficou aprovado pelo facto de tal barbaridade ter ocorrido. Ganha assim esta primeira volta das eleições regionais, deixando para segundo lugar Les Republicains de Nicolas Sarkozy, e deixa ainda mais fragilizada a posição de François Hollande visto que o seu partido, o PS Francês fica-se pelo terceiro lugar. Já ouvi no dia de hoje que o povo francês tinha feito uma má escolha, que não pensou, que não refletiu, que era quase ilegítimo este partido ter ganho. O que eu digo é que este resultado, resulta do voto do povo francês, resulta da vontade popular, resulta da intenção de voto da maioria dos franceses. Todos os resultados eleitorais são legítimos quando são provocados por eleições livres, em que cada um tem a consciência política de decidir o que acha melhor. Gostarmos ou não gostarmos, isso é já outra questão, mas que é uma escolha democrática, isso é, e só temos de respeitar.
É certo que estas eleições podem ser um presságio para as próximas eleições presidenciais, é certo que se tal resultado se replicar na votação para Presidente da Republica, França mudará e consequentemente mudará a Europa. Teremos a segunda volta destas eleições regionais no próximo dia 13, domingo, soubemos hoje que os candidatos do PS francês desistiram a favor dos candidatos Republicanos de Nicolas Sarkozy, como seria vantajoso que em Portugal a direita e a esquerda também se conseguisse entender nalguma coisa. Uma grande lição de sentido de Estado, uma decisão de saudar.

A Europa está em mudança, está em transformação do ponto de vista das forças políticas que emergem em cada país que a constitui, costuma dizer-se  que “muda-se os tempos, muda-se as vontades”, as vontades parece que mudaram, e teremos de respeitar essas vontades, como gostaríamos que respeitássemos as nossas próprias.


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