segunda-feira, 9 de novembro de 2015

A queda com vista a um assalto

Hoje discute-se o programa de governo na Assembleia de República, já com a anunciada rejeição ao executivo por parte da frente de esquerda. O PS, PCP, BE e o apêndice PEV, acordaram uma linha conjunta para governar o país nos próximos 4 anos com maioria parlamentar.
Antes de possíveis cenários temos de avaliar tudo o que já se passou. O PSD e CDS-PP têm a legitimidade política para governar o país, têm total legitimidade para governar, visto que o povo lhe deu essa legitimidade. Quem ganha, governa, sempre foi assim na nossa democracia. Como tal, Passos Coelho foi indigitado Primeiro Ministro, pelo Senhor Presidente da República, e apresenta hoje o seu programa de governo no parlamento. A questão é que parece que quem perdeu não aceita que perdeu.
O PS ainda não percebeu que perdeu as eleições, não tem legitimidade para governar o país, não tem a legitimidade política necessária para tal, e se governar, o povo não perdoará o PS nas próximas eleições. Dizem que os acordos pós eleitorais sempre aconteceram e são legítimos, são sim senhor, mas se bem me lembro os acordos pós eleitorais sempre foram liderados por quem ganhou as eleições, aqui temos um acordo em que todos perderam as eleições.
Este acordo e o derrube deste governo é em si uma irresponsabilidade política enorme, e um desrespeito total pela vontade dos portugueses. Estes 3 partidos não têm nada a ver uns com os outros, estes 3 partidos, têm intenções diferente, nenhum deles tem nada a perder, a não ser o PS que reduzirá substancialmente o seu eleitorado.
Todos os partidos deveriam assumir as suas responsabilidades, os que perderam deveriam assumir a sua oposição responsável ao governo, propondo alternativas sim, assaltos ao poder, não. Aos que ganharam, assumir a liderança dos destinos do país, construindo pontes de diálogo com os restantes partidos. Isto é o decurso normal que têm acontecido na nossa democracia.
Hoje sabemos que não ocorrerá assim, a esquerda derrubará o governo amanha para governar o país, caso o Presidente da República a indigite. Uma irresponsabilidade, visto que temos um Orçamento de Estado para aprovar, a instabilidade criada será enorme, e ao que parece o acordo nem é conjunto, são 3 acordos distinto, com certeza um governo estável… Este acordo visa em si, satisfazer a sede de poder, a continuação das lideranças depois das derrotas, o que digo é Portugal primeiro que os interesses dos partidos! 
O programa deste governo passa à história amanha, mas já conhecemos medidas do próximo, o da dita frente de esquerda, a expressão que vem à cabeça é: irresponsabilidade económica. Um programa que descrevo com uma analogia: quando temos 5 euros, não podemos gastar 5 euros e meio, temos de gastar 4 para guardar para amanha o que sobra pois pode fazer falta. Portugal tem 4 euros, este programa quer gastar 6. Aguardo muito apreensivamente o que Bruxelas dirá disto tudo.
Hoje, vivemos um momento histórico é certo, se é bom ou mau, quero acreditar que seja bom, porque acima de tudo Portugal e os portugueses. O que temos hoje é também, algo inédito e que nunca aconteceu na história da democracia, mas de outro ponto de vista também é histórico: os perdedores quererem governar! Quem ganha governa, digo novamente! O PS teve governos minoritários, mas ganhou, governou, agora parece ter-se esquecido dessa máxima, podemos dar como exemplo o governo do PS de 2009.

Portugal assiste a algo que nunca se esperaria ver: quem ganha a ser derrubado, os que perdem a ganhar o poder. Parece quase as forças de bloqueio de à uns anos atrás. Quero acreditar que isto tudo será vantajoso para Portugal, quero sinceramente que tudo corra pelo melhor, seja com a esquerda, seja com a direita, porque para mim o mais importante é Portugal, não são os partidos! Que Portugal saia vencedor disto tudo é o que espero, ainda assim, não posso deixar de ver as coisas como elas são, e não posso demitir-me de emitir a minha opinião, porque se bem me lembro ainda vivo em democracia. Termino com uma frase dita hoje no Parlamento da Nação: "Nunca vi alguém que não tivesse vergonha de governar perdendo eleições". Que cada um assuma as suas responsabilidades, pelos atos de hoje, e pelo dia de amanha! 


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